quinta-feira, 17 de maio de 2007

Arquivo Municipal Vai Finalmente Ser Inaugurado


Chegou a estar prevista para hoje a inauguração do novo Arquivo Municipal de Loulé mas como muitas vezes acontece na vida autárquica os prazos deslizam, as agendas das individualidades que apadrinham os momentos inaugurais não se cruzam, e, como resultado, as datas dançam ao sabor das conveniências dos agentes políticos.Não vem mal ao mundo, neste caso.Esperemos mais umas semanas e a festa será feita para contentamento de todos nós.

Assim o Executivo Municipal prepara-se para inaugurar em breve, com pompa, circunstância e grande alarde, como é aliás seu timbre, mais um equipamento público de inquestionável valor comunitário.

A partir de agora toda a massa documental existente, que é muito rica no nosso concelho, poderá ser preservada, classificada e organizada, na sua dupla vertente administrativa e cultural e colocada à disposição do público interessado.É mais um recurso que vem valorizar, e muito, a cidade de Loulé.As verdadeiras cidades cuidam da sua memória colectiva.

E é em nome da Memória, neste caso com pertinência redobrada dado tratar-se de um Arquivo, que se julga saudável lembrar que, tal como noutros casos de várias obras municipais inauguradas no passado e que foram exibidas sem pudor como resultado da acção do actual Executivo Municipal, este equipamento tem uma história que se conta em poucas linhas.

Em 2000 por sugestão oportuna - de imediato acolhida - do Chefe de Divisão da Cultura de então, dr.Pedro Serra, o Executivo Municipal apresenta uma candidatura ao PARAM – Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais – . A candidatura foi superiormente aprovada em Julho de 2001 com financiamento previsto a suportar parcialmente pelo Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.Na mesma data foi assinado o Protocolo que marcou o compromisso oficial para a instalação de raiz do Arquivo Municipal de Loulé que só agora, quase seis anos depois, chega ao fim. Foi ainda em 27 de Março de 2001 que a Câmara da altura decide adquirir pelo valor de 33.480,000$00 escudos o Solar na Rua Sacadura Cabral (Rua Ancha) para o reabilitar e nele instalar o Arquivo. E foi também em 2001/2002 que o Arquitecto Marcelo Santos, então a trabalhar na Câmara Municipal, recebe a incumbência de estudar e desenvolver um projecto.

Em nome das gentes de Loulé, para ele e para todos os técnicos camarários que trabalharam no projecto aqui fica um abraço de profunda gratidão pelo edifício funcional e belo que desenharam e projectaram.

Nem ajuste de contas nem acto de guerrilha política, este Post é manifestação sincera daqueles que sabem que gerir a coisa pública sem respeito pela memória é perversão das regras da democracia ou anticiclone da Madeira.