Em sede própria e oportunamente, alertei os responsáveis da Junta de Freguesia de Quarteira para um facto que me tem trazido preocupada, por se tratar de uma questão que põe em causa a segurança dos cidadãos.
Infelizmente, como quase sempre acontece às propostas e sugestões que são apresentadas pela “oposição”, o assunto foi encarado com alguma displicência, senão mesmo animosidade.
Há vários meses, casualmente, na Rua da Pernada, em Quarteira, deparou-se-me um poço, sem qualquer protecção, mesmo junto ao caminho onde, diariamente, passam muitas pessoas e animais.
Com a atenção desperta, acabei, surpreendida, por verificar não se tratar de caso único: efectivamente, entre os vários poços nessas condições que contabilizei na mesma rua, dois deles situam-se mesmo junto à berma da estrada, constituindo perigosa “ratoeira”.
Prontamente, achei que era meu dever, enquanto cidadã, alertar as autoridades competentes, e fi-lo, em sede própria, na Assembleia de Freguesia.
É claro que o presidente da Junta, primeiro, negou a existência de tais poços, afirmando que conhecia Quarteira como as palmas da sua mão; mas, posteriormente, perante as fotografias divulgadas na imprensa local que, entretanto, me questionara sobre a situação, acabou por admitir que os poços estavam lá sem qualquer protecção.
Em entrevista, também o presidente da Câmara Municipal acabaria por admitir essa existência. A verdade é que, cerca de um ano passou e… tudo continua na mesma.
Não nos podemos calar quando se trata de segurança e bem-estar dos cidadãos.
A responsabilidade de quem se candidata e é eleito, passa por um conjunto de deveres que não deve, de forma alguma, ser descurado.
È certo e até percebo que os poços estão em propriedade alheia e isso põe problemas na intervenção directa; mas a quem cabe assegurar a segurança e bem-estar dos cidadãos?
A verdade é que para certos autarcas – e não só – falar em segurança tem apenas um sentido: o da segurança dos bens. Por isso, clamam por mais e melhor policiamento.
Ora, falar apenas de mais policiamento, afirmando que se está verdadeiramente preocupado em proteger o cidadão, é pura demagogia.
A protecção da sociedade civil passa por um conjunto de vectores, tais como a saúde, o bem-estar, a qualidade de vida, a habitação, a educação, mas passa também por assegurar a nossa integridade física.
Dizer-se que há preocupação para com os eleitores quando se sabe que um trabalho não é feito ou uma anomalia não é corrigida, como no caso em questão, é, além de hipocrisia, pura inconsciência.
Perante a inoperância dos executivos autárquicos, resta-nos rezar para que acidentes mortais não aconteçam naqueles poços.